segunda-feira, setembro 25, 2006

"Não faria nada diferente", diz o capitão Meligeni

Otavio Maia
Enviado a Belo Horizonte


Fernando Meligeni esteve afiado em entrevista coletiva após a derrota do Brasil para a Suécia por 3 a 1 em Belo Horizonte. O capitão da equipe nacional que disputa a Copa Davis fez uma defesa enérgica de seu comandado Flávio Saretta e disparou críticas contra a imprensa.

"Não faria nada diferente. Minha escolha foi muito bem feita, tanto é que o melhor jogador (brasileiro) da Copa Davis nesse fim de semana foi o Flávio", disse Meligeni. O atleta citado deu ao país o único ponto na disputa ao bater Andréas Vinciguerra no quinto set no sábado.

A convocação do paulista foi questionada porque ele havia passado por um momento de falta de motivação e vinha disputando poucos torneios. "Vocês bateram muito no menino aqui do lado. Bater em mim é bater nele. A convocação acabou sendo tratada com um desrespeito grande pelo jogador de tênis que é o Flávio. Ele provou que merece todo o respeito de vocês (jornalistas) e cuidado na hora de escrever."

"O Saretta ganhou um jogo que eu não ganhei aqui no Brasil. Ganhei do (Karol, em 2000) Kucera, mas foi diferente, não tive a situação que ele teve aqui: 2 sets a 1 abaixo e 1/4", argumentou o capitão e ex-jogador do time brasileiro. "O que a gente mais ouviu e leu foi 'jogo errático'. Em nenhum momento falaram bem. Minha escolha foi muito bem feita, tanto é que o melhor jogador da Copa Davis nesse fim de semana foi o Flávio."

Meligeni também desafiou os presentes a mostrar que a convocação de Gustavo Kuerten havia sido feita por motivos extra-quadra. "Outra grande crítica foi sobre o Gustavo. Disseram que foi marketing. Se tem alguém aqui que ainda acha que foi marketing, levanta a mão e vem discutir um pouquinho de tênis comigo."

O capitão parece mesmo contente com o desempenho e comportamento da equipe. "Estou muito feliz com a atitude deles. Claro que quando você perde, pode jogar melhor. O Flávio jogou num nível muito alto, mas às vezes tem de bater palma pro adversário", declarou.

Quase tão elogiado quanto os seus pupilos foi Robin Soderling, grande destaque do confronto. "A gente fez frente, perdeu nos detalhes. Eles têm um cara que veio 20 ou 25 posições à frente do que está no ranking porque jogou como top 10", analisou. "Se você acerta oito bolas a 300km/h e o cara dá um winner na nona, o que se pode fazer? Tem de aplaudir."

Impressionado com a atuação do sueco na parcial de abertura contra Saretta (venceu por 6/0), fez uma comparação ousada. "No primeiro set ele jogou no tudo ou nada e acertou todos os pontos. Se fizesse sempre isso aí, a gente teria de aplaudir de pé. Não seria o 35º do mundo, seria o (Roger) Federer. Nem o Federer faz isso na casa da gente."

Perguntado se continuaria no cargo, Meligeni foi enfático: "pergunte aos seis (os quatro convocados, mais Thiago Alves e Marcos Daniel). Enquanto eu tiver maioria absoluta de apoio, continuo, mas não sou eu que decido", lembrou. Ele já pensa no futuro. "No ano que vem o Brasil deve sair adiantado e com mais uma vitória chegar na repescagem."
Fonte - Tenis Brasil

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